Bitcoin vs Wall Street: A Batalha pelo Controle do Mercado Global

Cointelegraph

O Bitcoin pode ser considerado um "ativo de liquidez". Isso significa que, em momentos de crise financeira ou escassez de liquidez, os participantes do mercado tendem a liquidar suas posições, e o Bitcoin não fica imune a esse movimento. Embora muitas pessoas vejam o Bitcoin como um "hedge contra a inflação", a pandemia demonstrou que, em períodos de incerteza, ele é vendido por investidores em busca de liquidez rápida, assim como outros ativos de risco.

Quando as taxas de juros de curto prazo aumentam, o dinheiro é retirado dos mercados globais. Taxas mais altas tornam investimentos em economias centrais, como os Estados Unidos, mais atrativos, levando os investidores a migrar capital de mercados emergentes e ativos arriscados, como o Bitcoin, em busca de retornos mais seguros. Além disso, o encarecimento do crédito global reduz o acesso a financiamento barato, desacelerando o crescimento econômico. Em crises de liquidez, ativos de risco, incluindo o Bitcoin, costumam ser os primeiros a sofrer grandes vendas, evidenciando sua vulnerabilidade a esses cenários.

Outro fator relevante é a entrada de grandes instituições, como BlackRock, bancos e fundos de hedge, no mercado de Bitcoin. Esses players estão acumulando posições significativas e têm capacidade para influenciar a direção do mercado. Somam-se a isso os fundos soberanos e até governos que estão construindo reservas em Bitcoin. Caso os Estados Unidos, por exemplo, decidam criar uma reserva oficial de Bitcoin, os impactos nos preços poderiam ser extremos. Esses grandes agentes poderiam distorcer o mercado intencionalmente, criando uma dinâmica em que o sistema financeiro tradicional e a estrutura descentralizada do Bitcoin entrariam em conflito. Com tanto poder concentrado em poucas mãos, o mercado poderia se tornar altamente manipulável, e o Bitcoin perderia sua característica de reserva de valor descentralizada, afastando-se da essência que originalmente o tornou atraente.