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Recompra de Ações (Buyback) e Estratégias para Reduzir a Tributação sobre Ganhos de Capital

  • TGC
  • 21 de mar.
  • 3 min de leitura

Em mercados onde os dividendos são tributados, muitas empresas preferem utilizar seu caixa para recomprar suas próprias ações (buyback), em vez de distribuir dividendos diretamente aos acionistas. Isso ocorre porque a recompra pode proporcionar benefícios fiscais aos investidores, permitindo o diferimento do imposto sobre o lucro e até a compensação de prejuízos em alguns casos. Neste artigo, explicaremos como funciona essa estratégia e como investidores podem utilizá-la para otimizar sua tributação.


1. Como Funciona o Buyback?


A recompra de ações ocorre quando uma empresa adquire suas próprias ações no mercado, reduzindo a quantidade de ações em circulação. Esse movimento geralmente leva ao aumento do preço das ações restantes, beneficiando os acionistas que continuam com seus papéis.


Enquanto dividendos são pagos diretamente aos acionistas e, em muitos países, tributados na fonte, a valorização gerada por um buyback só gera imposto quando o investidor decide vender suas ações com lucro. Dessa forma, quem não vende seus papéis pode postergar o pagamento do imposto sobre ganhos de capital, diferindo a tributação para um momento mais oportuno.


2. Tributação na Recompra de Ações


Se um investidor decidir vender suas ações durante um buyback, o ganho será tributado como um lucro de capital, com alíquotas progressivas, que no Brasil variam de 15% a 22,5%, dependendo do lucro obtido.


No entanto, há uma oportunidade tributária importante: se o investidor tiver ações com prejuízo acumulado em sua carteira, ele pode vendê-las no mercado aberto e compensar esse prejuízo com os ganhos obtidos na recompra, reduzindo ou eliminando a base tributável.


3. Estratégia de Compensação de Prejuízos


O investidor pode utilizar uma estratégia conhecida como tax loss harvesting para reduzir a tributação sobre o lucro na venda de ações no buyback. O processo funciona da seguinte forma:

1. Venda de ações com prejuízo: Antes de vender as ações no buyback, o investidor vende papéis de sua carteira que estejam com prejuízo no mercado aberto.

2. Participação no buyback: Em seguida, vende as ações para a empresa no processo de recompra, realizando o ganho de capital.

3. Compensação de prejuízos: O prejuízo da venda das ações no mercado aberto pode ser usado para compensar o lucro gerado na recompra, reduzindo ou até zerando a tributação sobre o ganho de capital.


Exemplo Prático


Imagine que um investidor tenha comprado ações da empresa X a R$ 50,00 cada e agora esteja vendendo no buyback por R$ 80,00. Ele teria um lucro de R$ 30,00 por ação, sujeito à tributação de ganho de capital.


Ao mesmo tempo, esse investidor possui ações da empresa Y que comprou por R$ 100,00, mas que agora valem apenas R$ 70,00. Se ele vender essas ações no mercado aberto, realizará um prejuízo de R$ 30,00 por ação.


Caso ele venda suas ações da empresa Y primeiro, poderá compensar esse prejuízo com o lucro da venda das ações da empresa X no buyback, reduzindo ou até eliminando o imposto sobre o ganho de capital.


4. Limitações e Considerações

• A compensação de prejuízos só pode ser feita no mercado aberto: Se o investidor vender as ações diretamente para a empresa em um buyback, sem antes realizar a venda de ações no mercado aberto, ele não poderá compensar prejuízos acumulados.

• Prejuízos só podem ser compensados dentro da mesma categoria tributária: No Brasil, prejuízos com ações só podem ser compensados com ganhos de capital obtidos na venda de outras ações, não sendo possível compensá-los com rendimentos de outros investimentos, como fundos imobiliários ou renda fixa.

• Nem sempre a recompra é vantajosa: Antes de vender ações em um buyback, o investidor deve avaliar se o preço oferecido pela empresa é competitivo em relação ao mercado e se há interesse em manter a participação na companhia.


A estratégia de buyback combinada com a compensação de prejuízos pode ser uma ferramenta poderosa para investidores que desejam minimizar a tributação sobre seus ganhos de capital. Ao planejar a venda de ações estrategicamente, é possível diferir impostos e reduzir a carga tributária de forma legal e eficiente.


Contudo, é essencial que o investidor compreenda as regras fiscais aplicáveis e acompanhe de perto sua carteira para identificar oportunidades de otimização tributária. Consultar um especialista em tributação ou um assessor financeiro também pode ser uma boa prática para garantir que a estratégia seja executada corretamente.

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